segunda-feira, 7 de abril de 2014

É padre! Difícil responder sua pergunta...


E eu que pensava que isso só acontecia no Brasil...
Não! Acontece também em Portugal...


Os meninos da Primeira Comunhão que não voltaram à missa

Já passou quase um ano desde a última Primeira Comunhão aqui da paróquia. Os meninos que a fizeram estavam no terceiro ano da catequese e passaram para o quarto, ano em que é sugerido que se faça a festa da Palavra. Uma festa que realça não só mais uma etapa de catequese, mas uma integração da Palavra de Deus, isto é, da Sagrada Escritura, na vida destas crianças.

Até aqui não há novidade maior. Os pais, na reunião que tive com eles para preparar esta festa e para lhes prestar conhecimentos básicos da Bíblia, saíram contentes da reunião e desejosos que os seus filhos se confessassem. Até aqui tudo bem e não há novidade grande. Assim fizemos no Sábado antes da festa. Os meninos, como manda a regra do entusiasmo, perfilaram para se confessar. Mas qual não é o meu espanto quando descubro que alguns deles, talvez uns quatro ou cinco, não tinham voltado à Eucaristia desde a sua festa da Primeira Comunhão. Dito de outra forma mais óbvia ainda. Desde aquele dia em que comungaram pela primeira vez, não o tinham tornado a fazer. 

Culpa dos pais. Culpa dos catequistas. Culpa do pároco. Culpa da Igreja. Culpa da vida. Culpa de quem? Não há culpa que resista a um dado adquirido. A festa da Primeira comunhão é muitas vezes a festa da única comunhão. Negue-se o facto e estamos a esconder a cabeça na areia. 

Não se negue e teremos de repensar a catequese que tem servido, não para alimentar ou amadurecer na fé, mas para cumprir um ritual apenas social e festivo.

Soube de colegas que têm obrigado as crianças, através de passaportes carimbados, ou coisas do gênero, a participar na Eucaristia. Sei de um colega que decidiu não fazer esta festa da Primeira Comunhão no ano passado porque nem as crianças nem seus pais iam à missa. Não sei se resulta ou se resultou. Não sei se deva ou se não. Eu não gosto que a fé seja exigida ou negociada. Assim como não gosto que a comunhão seja proibida. Sei o que não gosto e sei o que gostaria. Mas neste entretanto, não sei o que fazer. Alguém saberá?


FONTE:

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